Com mais de 1.200 cirurgias realizadas, equipe do Otocentro é referência no Brasil
O implante coclear é a primeira prótese que substitui um órgão sensorial, uma importante conquista médica e científica. Com ela, é possível restaurar e prover audição aos que nasceram com surdez ou aos que adquiriram deficiência auditiva. Este tipo de implante começou a ser utilizado no Brasil em 1990.
A primeira cirurgia de implante coclear no Rio Grande do Norte aconteceu no dia 9 de agosto de 2000. Mas só em dezembro de 2002 a equipe do Otocentro Natal/Hospital do Coração foi habilitada junto ao Ministério da Saúde para a realização das cirurgias pelo SUS. “Fomos o primeiro serviço do país fora de São Paulo”, relembra Dr. Rodolpho Penna Lima, otorrinolaringologista e coordenador da equipe de Implante Coclear do RN. Nesses 20 anos foram realizadas mais de 1.200 cirurgias no RN e a equipe coordenada pelo Dr. Rodolpho, referência no país, acompanha de perto os avanços na área. “Nossa atividade científica é intensa. Este ano publicamos a segunda edição do Tratado de Implante Coclear e próteses auditivas implantadas, em parceria com o grupo da Universidade de São Paulo. Essa publicação é única na América e reúne profissionais renomados em todo o mundo”, comenta.
Sobre a evolução da cirurgia de implante coclear, Dr. Rodolpho destaca vários pontos, desde a idade mínima permitida que passou de 2 anos para 6 meses, passando pela técnica cirúrgica que hoje preserva bem mais as estruturas do ouvido interno, até a tecnologia dos dispositivos que evoluiu bastante no processamento dos sinais, conectividade e redução do tamanho. “Outro avanço foi a possibilidade do implante bilateral, quando necessário. Podemos inclusive colocar os implantes no mesmo ato cirúrgico”, comemora.
Além do implante coclear, a equipe da Otocentro Natal realiza outros procedimentos para tratar a surdez, como a prótese ancorada no osso ou implantada na orelha média. A equipe realiza também o implante auditivo de tronco cerebral, cirurgia realizada apenas em São Paulo, no Paraná e aqui no Rio Grande do Norte. “Foram muitos avanços e eu considero o implante coclear uma maravilha da medicina. A audição é o único sentido passível de plena reabilitação e quando o implante é feito do momento correto o paciente ganha a capacidade de ouvir, falar e se comunicar. Podemos ver o impacto nas suas relações, educação, na vida profissional , emocional. Isso é essencial para o ser humano”, conclui.
Texto publicado originalmente na Revista Viver Bem, em maio de 2022.